sexta-feira, 24 de abril de 2009

O PLANO PERFEITO


O PLANO PERFEITO

Victor Rosa



...Já era mais de meia noite. Marcos olhava para o relógio que marcava minuto por minuto seu sofrimento.
O telefone não tocara nenhuma vez, a rua estava mais vazia do que nunca e somente a luz da lua iluminava seu rosto.
Passara mais da metade do dia ali, trancado, suando frio, maquinando seus passos.
Havia separado tudo de que poderia precisar, a lanterna estava com pilhas, pronta para ser usada, meticulosamente deixada sobre o criado mudo.
Resolveu se levantar. Andava de um lado para o outro do quarto pensando que talvez fosse melhor desistir.
O relógio já marcava quinze para as duas, parou por um instante, olhou pela janela e concluiu que aquela seria a melhor hora para agir.

...O carro de carga já estava quase em seu destino final: “A casa de Antonio Clemenza”
Senhor Clemenza era um bom vizinho... mas melhor ainda era seu saldo bancário.
Ao longo de sua vida apostou em muitos empreendimentos pequenos, que por esforço
e um pouco de sorte prosperaram muito. Agora ao fim de sua vida, quis que todo o seu patrimônio fosse transportado até sua casa, para que houvesse uma partilha justa de seus bens, entre seus funcionários mais antigos... Mas é claro que isso não podia acontecer.
...Marcos pôs-se a imaginar o que um bando de indivíduos que foram serviçais durante toda a sua vida fariam com tal quantia em dinheiro. Mesmo que aquele dinheiro fosse partilhado igualmente por, no mínimo, 20 pessoas, ainda assim seria muito nas mãos deles.
Marcos passou semanas planejando aquele único dia, um dos funcionários do Sr. Clemenza não era tão confiável como ele pensava que era, e resolveu fazer um acordo com ele, 60% pra ele e 40% pra Marcos.
...O dia foi angustiante, todo o tempo perto do telefone, esperando não ouvir nem um ruído. Uma ligação, somente uma ligação poderia acabar com semanas de planejamento: esse seria o sinal para alertá-lo se algo desse errado.
Por sorte não recebeu essa ligação, e a essa hora da noite era mais do que seguro agir.
A Janela dos fundos destrancada, como combinado.
...Nenhuma segurança no Hall de entrada, muito menos nos corredores centrais.
A Casa deserta, um tanto quanto estranho, ainda mais por ser uma noite tão importante.
Na sala de estar do velho, lá estava uma bolsa quase do tamanho dele, cheia de doces notas de cem, as quais o encantavam com seu brilho verde.
...Saiu da casa o mais rápido que pode, mas parece que algo não estava em seus planos...
Seu suposto informante rodeado de policiais, junto ao Sr. Clemenza que ria com delei
te ao ver sua face cheia de temor, com seus olhos brilhando em azul e vermelho, malditas luzes...
...Ao fim de tudo, descobriu que seu informante o havia delatado no mínimo com alguns dias de antecedência, e todo o resto não passava de encenação.
Não foi dessa vez que conseguiu por as mãos no dinheiro do velho, mas ele vai ter muito tempo pra pensar em um plano novo...
...No mínimo 5 anos...

5 comentários:

Vinícius disse...

Muito bom o texto... =D

Anônimo disse...

cheia de doces notas de cem, as quais o encantavam com seu brilho verde. Professor a nota cem é azul

bruno p. disse...

bem pensado, mas acho que se tratavam de dólares.

jheny'zinhaa disse...

kkkkkk...verdaadee,muito boum o textoo!!! :D

Victor disse...

As Notas eram em Dólares xD